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CARTA PASTORAL

NATAL - 2020


Aos membros do clero, e aos queridos Irmãos de nossa Província:

Que a Paz de Nosso Senhor O Cristo seja convosco.

Carta Pastoral de Natal - 2020

Aos membros do clero, e aos queridos Irmãos de nossa Província

Que a Paz de Nosso Senhor O Cristo seja convosco. E um Feliz Natal a todos!

Ainda como seres humanos, todos nós, perdidos entre o bem e o mal “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13), exercemos nosso livre arbítrio, e, é sobre ele que eu gostaria de refletir um pouco, em especial nesse tempo de pandemia. Como devemos ou podemos agir?

Interessante mensagem podemos encontrar no famoso símbolo taoísta da dualidade do Yin e Yang, inserido na completude da unidade, a harmonia dos contrários circundadas pelo infinito, o Tao. Curiosa também é a representação de cada um dos contrários, que carrega em si parte de seu contrário. Dessa forma a ilusória dualidade é também ilusória em sua dualidade, ou seja, todo bem carrega algum mal, assim como todo mal carrega também algum bem.

E com esse pensamento podemos ver algo de bom nessa pandemia? Ficamos mais em casa, mais junto dos nossos familiares; usamos mais do que nunca das tecnologias; não perdermos mais tanto tempo em nossos deslocamentos, da casa para o trabalho, e vice e versa; tivemos mais oportunidades do que nunca para nos recolher, seja para o estudo, para a meditação, ou até para o descanso. E mesmo assim nos sentimos desconfortáveis. Talvez não todos, mas muitos. Em especial, acredito, os que já se sentiam desconfortáveis antes de tudo isso. Será que esse desconforto é causado pelas intempéries exteriores ou tem outra origem? Será que nasce da situação em que vivemos, ou do local onde estamos, vem do nosso corpo, das nossas emoções, da nossa mente, ou da nossa alma? Só cada um de nós, através de uma auto reflexão, pode descobrir a origem dessa inquietude e consequentemente como aplaca-la.

Mas de qualquer forma, o que nos diferencia um dos outros, mais do que qualquer situação exterior ou aspecto interior, é nossa postura frente às situações. Como reagimos ou qual é o nosso olhar. Dessa forma, duas pessoas numa mesma situação, terão percepções e reações diferentes. E quem escolhe como serão estas percepções e reações? Esta é a chave de todo o mistério da natureza, nós mesmos. Se podemos escolher se vamos sentir alegria ou angustia, dentro da dualidade da dualidade, porque escolhemos muitas vezes o que nos faz sofrer mais?

Já dizia São Paulo, o Apóstolo, em Romanos 7:19: “Porque o bem que eu quero fazer, não faço, mas o mal que não quero fazer, esse eu faço.” E como podemos escolher bem? Como evitar a esses desvios?

Uma das possíveis etimologias da palavra consciência é uma possível raiz formada de junção de duas palavras do latim; “conscius” + “sciens”: onde “conscius” significa “que sabe bem o que deve fazer” e “sciens” que significa “conhecimento que se obtém através de leituras; de estudos; instrução e erudição”, daí então consciência seria o “conhecimento que sabe bem o que deve fazer”.

Eu acredito que a raiz da solução está em nossa consciência, onde ela está centrada e para onde está voltada. Ela pode estar centrada nas emoções e através dos desejos estar voltada para os prazeres, pode estar centrada nos devaneios e através das fantasias estar voltada para o mundo fenomênico, ou ainda pode estar centrada no silêncio da nossa alma e através da nossa vontade estar voltada para o mistério do espirito, imagem e semelhança de Deus. Este é o nosso desafio, onde centramos nossa consciência e consequentemente para onde a dirigimos. Somente nós, através de nosso livre arbítrio, podemos tomar essa decisão. E para tanto podemos contar com o auxílio das virtudes sobrenaturais de nossa alma, a Fé a Esperança e o Amor.

Para Santo Agostinho “Uma boa consciência é o palácio de Cristo, templo do Espírito Santo, paraíso do deleite, descanso permanente dos santos.” Tudo isso, toda essa situação, e em especial nesta época do Natal, é o momento de centrarmos nossa consciência na manjedoura do nosso coração para que o Cristo que nasce nos guie através dos verdes pastos e nos conduza ao lado das águas serenas. O Senhor é meu Pastor e nada me faltará.

Que a Luz nascida pelo Mistério do Natal brilhe continuamente em nós e nos ilumine sempre para que possamos cada vez mais iluminar o mundo, são os nossos mais sinceros votos de um Feliz Natal e um próspero 2021!

Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre convosco, E que seu Amor nos mantenha sempre unidos.

Fraternalmente em Cristo
Reverendíssimo Monsenhor Dom Marcelo Rezende
Arcebispo da Província Eclesiástica do Brasil



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