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 CARTA PASTORAL NATAL - 2023
e aos queridos Irmãos de nossa Província.
Nosso segundo Arcebispo Presidente, o Revmo. Mons. Leadbeater, nos lembra que “Durante o período do Advento, a Igreja aguarda a próxima Vinda do Senhor; no Natal essa espera culmina e a sua celebração implica gratidão não só pela Sua última vinda, mas também pelos favores que ainda estão por vir. Este aguardar das últimas quatro semanas, o período do Advento, nos indica a cada domingo a preparação necessária, o caminho para o cumprimento da tão ansiada promessa de Deus: o nascimento de Nosso Salvador, o Nosso Senhor, O Cristo. No primeiro domingo do Advento, recordamos o perdão concedido a Adão e Eva. O pecado original, que obscureceu a comunhão entre Deus e a humanidade, e que encontrou seu início no Éden. No entanto, mesmo após o pecado original, Deus não abandonou Sua criação. Ele prometeu um redentor, um Salvador que traria a reconciliação e a esperança de restauração. A vinda de Jesus é a manifestação suprema desse perdão, abrindo, pelo seu exemplo, as portas da salvação para todos. Com Adão e Eva e pela árvore do conhecimento do bem e do mal, nasce a diferenciação, o pecado original, e somente através do desenvolvimento do discernimento seremos capazes de entender o verdadeiro caminho, de separar o bem do mal, de caminhar da dualidade à unidade. E é através dos dons do Espírito Santo, que realizou o nascimento do Nosso Senhor em Maria, Nossa Senhora, é que poderemos realizar essa profecia em nós. “Cristo em nós, esperança da glória” (Colossenses 1: 27). No segundo domingo, voltamos nossa atenção à fé inabalável de Abraão e dos Patriarcas, aos quais foi prometida a Terra Prometida. A fé de Abraão é um modelo para todos nós, mostrando como confiar na promessa de Deus, mesmo quando os caminhos parecem incertos. Através da linhagem de Abraão, a promessa de um Salvador começou a tomar forma, cumprindo-se no nascimento de Jesus, a verdadeira promessa de redenção para toda a humanidade. Ter fé é ter a confiança absoluta, e essa certeza só pode ser encontrada na unidade. Na semana anterior refletimos sobre a nossa relação com a dualidade e sobre nossa escolha pelo bem, mas ainda assim restaram: nós e o bem. Agora somos convidados ao auto esquecimento, a eliminação egóica, onde somente o bem possa subsistir, e assim sob a luz do Cristo encontraremos a verdadeira paz daquele que é o Senhor dos Anjos e dos Homens. No terceiro domingo, celebramos a alegria do rei Davi, agraciado por Deus com a promessa de uma aliança eterna. Essa aliança apontava para um Rei eterno, cujo reino não teria fim. O nascimento de Jesus é o cumprimento dessa promessa, pois Ele é o Messias, descendente de Davi, que veio para estabelecer um reino de paz e justiça, um reino que transcende as fronteiras terrenas. Alegrem-se (Gaudete), essa realização é a concretização do Amor, a emanação plena da promessa cumprida, Deus se fez homem, e em nós alcançaremos essa promessa. E finalmente, no quarto domingo do Advento, contemplamos os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador. Profetas como Isaías, Miquéias e outros, inspirados por Deus, proclamaram a vinda daquele que traria luz às nações, esperança aos desesperados e libertação aos cativos. O nascimento de Jesus, conforme profetizado, é o cumprimento dessas promessas antigas, trazendo salvação a todos que O acolhem em seus corações. E que agora através da reta ação manifestaremos essa verdade ao mundo. A promessa de Deus foi cumprida, Nosso Senhor está entre nós, é Natal, o verbo se fez carne, Deus é conosco (Emanuel). Desejamos a todos que os símbolos do Advento se concretizem em cada um, e que a esperança do perdão, da fé, da alegria e da profecia oferecida no Advento se concretize em nós para que sejamos as testemunhas vivas do Amor que nos foi oferecido por Nosso Senhor, que é o verdadeiro motivo dessa nossa celebração. Que neste Natal possamos nos unir em gratidão, celebrando o nascimento daquele que é a encarnação do perdão, da fé, da alegria e da profecia. Que Seu amor transformador continue a nos guiar e inspirar, não apenas nesta festividade, mas em todos os dias de nossas vidas. Que a Luz nascida pelo Mistério do Natal brilhe continuamente em nós para que possamos iluminar o mundo, são os nossos mais sinceros votos para um próspero 2024!
Fraternalmente em Cristo. Natal do ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2023.
Reverendíssimo Monsenhor Dom Marcelo Rezende Arcebispo da Província Eclesiástica do Brasil
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