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Caros Irmãos e Irmãs em Cristo:

No Advento celebramos o nascimento da Luz sobre as Trevas, e como tal, este símbolo nos traz a mas profunda necessidade de nos voltar para nosso interior, para nossa vida interior, numa busca espiritual muito profunda e que o mundo de hoje precisa como uma chamada de atenção ante um mundo realmente atormentado pela ignorancia.

No magnifico livro de J. Krishnamurti (Alcyone), “Aos Pés do Mestre“, fala-se-nos das qualidades espirituais, e que é necessário que o homem acorde em sua natureza para trilhar o caminho, e elas são: discernimento, ausência de desejos, reta conduta e amor.

O discernimento está colocado em primeiro lugar, como a qualidade imprescindível para que o ser humano se converta num ser realmente espiritual.

Maravilhosamente vemos que a Igreja em seu Ano Eclesiástico, coloca como qualidade a meditar durante esta semana o discernimiento. No Ano Litúrgico, que começa neste domingo de Advento, como um novo nascimento simbólico para a luz, já que no Ano Eclesiástico, isto é o Calendário Litúrgico, simboliza o Caminho da Autorrealização espiritual.

O discernimiento é essa qualidade tão necessária para o Caminho Espiritual, que nos tem de conduzir aos Pés do Maestro, isto é, aos Pés de um Santo Ser. Quem ainda não tiver a sorte de já estar nessas maravilhosas condições espirituais, podemos nos imaginar aos Pés do Senhor Cristo, Nosso Senhor e Mestre.

O que é o discernimento? É essa qualidade tão necessária, a que podemos aplicar em seu sentido mas profundo ao simbolismo da Oração deste Domingo de Advento, quando dizemos:

... “Rogamos-te, fortaleça-nos para vencer o trabalho das trevas e cubra-nos com a armadura da luz... “

É muito importante para nós meditar profundamente na Luz; que sentido tem para nós esta frase.

O livro Aos Pés do Mestre, diz em seu primeiro capítulo:

....”A primeira dessas qualidades é o Discernmento, vulgarmente tomado no sentido daquela distinção entre o real e o irreal, que conduz o homem para a Senda. É isto; mas é muito mais ainda, e deve ser praticado, não somente no começo da Senda, porém a cada passo que nela diariamente se dá, até o fim. Entras para a Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar as coisas dignas de aquisição. Os homens que não sabem, trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém estes bens são, quando muito, para uma vida somente e, portanto, irreais. Há coisas maiores do que essas – coisas reais e duradouras; quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras......”

Portanto devemos tratar por todos os meios de aplicar esse sentido em nossa vida diária, todos os dias, à cada instante de nossa vida. É essa atenção tão necessária para poder estar alertas de que pensamentos vêm a nossa mente, que sentimentos nossa natureza emocional está manifestando,  que relações temos com a vida circundante mediante ações de relações conflictivas ou não.

Esta qualidade do discernimiento é a verdadeira qualidade da busca espiritual. Essa busca tão importante para revestir-nos de luz e converter-nos em almas diamantes, isto é que possamos alumiar as trevas circundantes, como os Grandes Seres o fazem.

Um maravilhoso e ingenioso livro indiano de contos e moralejas espirituais, ao respecto da busca espiritual e a ignoráncia humana conta-nos esta história:

Tratava-se de dois amigos não demasiado inteligentes. Tinham decidido fazer uma marcha e dormir num establo. Caminharam durante toda a jornada. Ao anochecer se alojaron, como tinham previsto, num establo do que previamente tinham notícias. Estavam muito cansados e dormiram profundamente; mas, de madrugada, um pesadelo acordou a um de os amigos. Moveu a seu colega, acordando-o, e disse-lhe:
          --Saia fora e dime se amanheceu. Comprova se saiu o sol.
O homem saiu e viu que tudo estava muito escuro. Voltou ao establo e explicou:
  --Ouve, está tudo tão escuro que não posso ver se o sol saiu.
-   Não sejas idiota! -exclamou o colega-. Talvez não podes acender a lanterna para ver se saiu?

  *O Mestre diz: Assim procede muitas vezes o ser humano na busca espiritual, sem utilizar o discernimiento correto.

É muito difícil para nós ver que esta qualidade é tão necessária para a espiritualidad profunda, pois geralmente associamos a vida espiritual com fatos que não têm nada que ver com a verdadeira espiritualidad.

O homem verdadeiramente espiritual, não discrimina de jeito nenhum a outros seres humanos, não  deve ser sectario de jeito nenhum, nem fundamentalista com as idéias, nem intolerante pela forma de pensar de outros,  não deve ser de jeito nenhum artificial, isto é viver aparentando uma realidade, que ele sabe que em sua interioridad não existe. O homem que começa a ser sábio, busca a Vida Interna, sem se deter no externo. A Vida Interna, existe por todos os lados em todo o Universo, e é Deus em nós, por nós e ao redor nosso.

Ver a Deus em Tudo, é para meu a verdadeira armadura da Luz, o  descobrir a Majestuosidad da Grandiosidad de Deus, que qual Grande Arquiteto, creio com Força, ordenou com Sabedoria e ornamentó com Beleza este Seu Universo.

Deus tem um Plano, e esse Plano é a Evolução de todo o que existe, nós incluídos nessa Evolução Divina.

Para essa maravilha de Deus que é Seu Plano nos conduz o discernimiento. Ao respecto volta a dizer-nos o livro Aos Pés do Mestre:

 ...”Em todo o mundo há somente duas espécies de pessoas – as que sabem e as que não sabem – e o conhecimento é o que importa possuir. A religião de um homem,a raça a que pertence – não são coisas de importância; o que é realmente importante é o conhecimento – o conhecimento do Plano de Deus em relação aos homens. Pois Deus tem um plano e esse plano é a Evolução; quando o homem o tiver visto e, realmente, o conhecer, não poderá deixar de cooperar nele, unificando-se com ele, tal a sua glória e beleza. Assim, pelo fato de possuir o conhecimento, ele está ao lado de Deus, firme no bem e resistente ao mal, trabalhando pela evolução e não com fins pessoais.

Se está ao lado de Deus, é um dos nossos, não tendo a mínima importancia que ele se diga hinduista, budista, cristão ou maometano, ou que seja hindu, inglês, chinês ou russo. Aqueles que estão ao lado de Deus sabem por que aí se acham, sabem o que têm a fazer e tentam cumpri-lo; todos os demais não sabem ainda o que têm a fazer e, por isso, freqüentemente agem de modo insensato, imaginando caminhos para si próprios, os quais lhes parecem agradáveis, não compreendendo que todos são um e que, portanto, só aquilo que o Uno quer pode realmente ser agradável a todos. Seguem o irreal ao invés do Real. E, enquanto não aprendem a distinguir entre ambos, não se colocam ao lado de Deus – e eis porque o Discernimento é o primeiro passo a dar.

Todavia, mesmo depois de feita a escolha, deves lembrar-te de que no Real e no irreal há muitas variantes e o discernimento deve ainda ser exercido entre o bem e o mal, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o egoísta e o desinteressado...”

Em outro domingo do Calendário Litúrgico, observamos  a intenção de: Deus como Luz. A Luz  com que a cada homem vem ao mundo. Somos essa luz interna, somos essa alma da qual tantos místicos falaram, incluído San Pablo. O homem viveu durante muitíssimo tempo achando que tem um alma, mas nunca a pensado como alma, que ele é essa alma, envolvida em matéria de diferentes densidades para pensar, sentir e se relacionar.

Ver a otros como almas, es ver esa luz. Pero no solamente el hombre es alma, también los animales, las plantas, las piedras que pisamos, los metales, la Tierra, a la cual vivimos agrediendo, contaminando sus aguas, alterando los climas, cambiando el curso de los río y mares, produciendo deshielos importantísimos y por otros lados produciendo 

Ver a outros como almas, é ver essa luz. Mas não somente o homem é alma, também os animais, as plantas, as pedras que calcamos, os metais, a Terra, à qual vivemos agredindo, contaminando suas águas, alterando os climas, mudando o curso dos rio e mares, produzindo deshielos importantísimos e por outros lados produzindo catástrofes desérticas .

Quando aprendamos a ver essa  Alma Universal da qual se nos fala, então compreenderemos a maravilha de Seu Plano.

Quando o homem começa a viver em sintonía com a natureza, descobre a voz interna do som maravilhoso de todas as coisas. Nada está desafectado dessa maravilha infinita de ser parte dessa Alma Universal de Deus que tudo o penetra e dá Vida, Substância, Força e Matéria ao Universo.

Ao final do tema do discernimiento, Alcyone, em seu maravilhoso livro, diz:

 ...”De outra maneira, ainda deves utilizar o discernimento: aprende a distinguir a Deus que está em todos e em tudo, por pior que seja a sua aparência exterior. Podes ajudar teu irmão pelo que tens de comum com ele – a Vida Divina. Aprende a despertar nele essa Vida, aprende a invocá-la nele; assim o salvarás do mal...”

Servir à causa dos Grandes Seres, os Grandes Santos , a quem aspiramos estar a Seus Pés, é vivificar essa Vida Divina em nós, e depois  colaborar com Eles para a acordar em Tudo.

Vivamos o Adviento com singeleza, vida dedicada, serviço e encaminhemos-nos para a Navidad com alegria.

Que o Senhor lhes abençoe a todos!

Advento do Senhor, 2009                                                                                                            

XMiguel            

Bispo Comissário do Brasil



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